As 100 cidades mais populosas do mundo estão se tornando cada vez mais expostas a inundações e secas, de acordo com uma nova pesquisa.
A instituição de caridade WaterAid trabalhou com a Universidade de Bristol e a Universidade de Cardiff em um estudo usando dados sobre riscos climáticos.
A pesquisa descobriu que 17% das cidades estudadas estavam em risco de “chicote climático”, onde a seca e as inundações se tornaram mais intensas.
A professora Katerina Michaelides, cientista-chefe da Universidade de Bristol, disse: “As descobertas do nosso estudo ilustram o quão diferente e dramaticamente as mudanças climáticas estão se expressando ao redor do globo — não há uma solução única para todos.”
O estudo comparou as vulnerabilidades sociais e de infraestrutura hídrica de cada cidade — como pobreza e sistemas de resíduos — com mais de 40 anos de dados sobre riscos climáticos.
Os pesquisadores então buscaram identificar quais cidades poderiam ser as mais vulneráveis a mudanças climáticas extremas e as menos equipadas para lidar com elas.
O estudo também mostrou que 20% das 100 cidades tiveram uma mudança, em um momento vivenciando um extremo, agora enfrentando outro.
Nas últimas quatro décadas, sua pesquisa mostrou que cidades como Londres, Madri e Paris ficaram cada vez mais secas, enquanto na capital do Sri Lanka, Colombo, e Lahore, no Paquistão, agora estão tendo inundações mais severas.
A Prof. Michaelides disse que os dados podem ajudar os líderes da cidade a tomar decisões.
“Uma compreensão mais profunda dos riscos climáticos localizados pode dar suporte a um planejamento mais inteligente e personalizado nas principais cidades”, acrescentou.
As cidades na África e na Ásia correm maior risco de mudanças climáticas que podem impactar o fornecimento de água limpa, de acordo com o estudo.
A WaterAid disse que o relatório veio em um momento em que as principais nações estavam reduzindo ou redirecionando fundos de ajuda internacional.
Tim Wainwright, presidente-executivo da WaterAid UK, disse: “Estamos vendo uma onda de cortes globais de ajuda, o que pode deixar direitos humanos básicos em jogo.
“Inundações e secas estão destruindo a base de sobrevivência das pessoas: a água.
“Comunidades podem se recuperar de desastres, permanecer saudáveis e estar prontas para o que o futuro reserva. Tudo começa com água limpa.”